sábado, 23 de abril de 2016

REGIME MILITAR BRASILEIRO - Uma perspectiva

Os militares governaram o Brasil por vinte anos (1964 -1984). Foram cinco generais presidentes. A ascensão dos militares aconteceu através do que alguns chamam de golpe outros de revolução, para mim foram as duas coisas, especialmente pela deposição do presidente institucional, João Goulart, cuja cadeira foi declarada vaga estando ele ainda em solo brasileiro.
O governo militar tinha uma proposta intervencionista, alinhada com os propósitos estadunidenses, especialmente no período de Guerra Fria contra a União Soviética e num contexto onde recentemente Cuba vivenciara a revolução e aproximação com os soviéticos.
Para governar os militares estabeleceram uma política de exceção, com censura, prisões arbitrárias, ausência do legislativo em muitos momentos e uso da força. Um governo estabelecido sobre a força e que administra por decretos necessariamente vai atrair opositores e isto aconteceu durante a ditadura militar brasileira.
Para fazer oposição ao regime ditatorial muitos grupos partiram para se armar e ir ao confronto bélico, uma espécie de guerra civil, mas em proporções menores. Era impossível que não houvessem mortes em confrontos, além de assassinatos mesmo, tanto do governo quanto dos opositores.
Os métodos utilizados pelo regime é que devem ser questionados, são inaceitáveis as prisões arbitrárias, torturas para que acontecessem delações, assassinatos frios, expropriação de propriedades e sequestros. Os métodos dos opositores também não eram aceitáveis, roubos (expropriações revolucionárias), sequestros, guerrilhas e assassinatos. A justificativa de ambos os lados se assemelhava, os militares pretendiam proteger a pátria e os opositores queriam liberdade política.
Penso que o Brasil foi usado pela Guerra Fria e todos perderam. Não acredito que Jango iria levar o Brasil a um alinhamento com o comunismo (não tenho como cravar tal ideia), desta feita não vi como necessária a intervenção militar, mas a política e os interesses de época suplantaram uma necessária serenidade no contexto do país.
Deveriam ficar as lições para o país, especialmente que o retorno a um regime militar não é aceitável, muito menos necessário. A liberdade política, de pensamento e de expressão são premissas fundamentais e nos regimes ditatoriais inexistentes. Estamos numa democracia e o preço da mesma é ter que aceitar opiniões distintas. Infelizmente muitos querem liberdade de opinião, desde que todos pensem igual a eles.